quarta-feira, 16 de junho de 2010

Padre Theodoro Snijders despede-se de Felipe Guerra

Hoje as 7:30 horas da noite na igreja Nossa senhora do Perpetuo Socorro vai acontecer a missa de despedida do Padre Theodoro.


O Padre Theodoro que tem titulo de cidadão Felipense pelos relevantes serviços prestados em nossa cidade sempre voltado para os mais carentes. Doações importantes que até hoje servem a comunidade entre elas um consultório dentário em funcionamento no hospital e o clube Maranata na cidade baixa doado ao grupo de jovens.

Padre Theodoro faz um relato da sua vida, desde a Holanda até sua chegada a Apodi
transcrito do blog Fabio Soares

Meu nome completo é Theodoro Johannes Franciscus Snijders, nasci na cidade de Helmond na Holanda, no dia 28 de novembro de 1934, sou filho de Johannes Snijders e Henrica Kerkhof.

Minha infância foi igual a da maior parte das crianças, fui batizado na igreja católica e cursei o primário com êxito. Ainda na infância com apenas 13 anos, período em que estava na escola primária, recebi o chamado para servir a Deus e, acompanhando os passos do meu irmão, ingressei no seminário, que ficava próximo a minha casa em Helmond, como noviciado, e logo em seguida fui para Bergen op Zoom.

Durante todo o período de seminarista eu sempre estive convicto do dever que tinha assumido e que minha vocação para servir a Deus aumentava a cada dia, e que o meu desejo, a minha vontade de me tornar um padre, ficava cada vez mais evidente e eu ensaiava para que chegasse o dia de minha ordenação.


No dia 18 de dezembro de 1960, na cidade de Nijmegen na Holanda, fui ordenado padre e a partir daquele momento recebi a graça de espalhar pelo mundo a palavra de Deus e ajudar todo o povo a conseguir glórias, não apenas após a morte, mas principalmente ainda quando em vida. Meu dever como padre era preparar o espírito do povo para a chegada de Deus, mas não poderia, de forma alguma, deixar de lutar pela vida deles aqui na terra, pois não só a alma precisa do alimento que é Jesus, mas o corpo padece com os problemas terrenos.

No dia de minha ordenação senti Deus ao meu lado, e naquele instante fui envolvido por uma força estranha, maior do que qualquer outra coisa, e tive a certeza de que tinha escolhido o caminho certo e que deveria usar aquela força para servir a Deus e dessa forma servir ao povo, especialmente aos mais pobres e mais distantes, para ensinar a eles e praticar para eles o amor que Jesus veio nos ensinar.

Minha jornada começou ainda na Holanda, no próprio seminário, quando fui professor de francês, religião e latim. Depois fui para a paróquia de Rips onde trabalhei dos anos de 1966 a 1970, e na paróquia de Boekel dos anos 1970 a 1976. Foi na Holanda onde passei por minha maior provação como sacerdote, quando não fui aceito para ir à missão no exterior, sobretudo no Brasil.

No ano de 1977 vim para o Brasil, passei 03 meses em Recife para climatizar, e depois fui trabalhar na cidade de Fortaleza/CE, e lá fiquei até o ano de 1983.

Certo dia, o provincial veio falar comigo para me transferir para a cidade de Apodi/RN, naquela época eu estava com um pouco de desgosto porque tinham dividido a minha paróquia sem o meu consentimento, e nem se quer me consultado, por isso aceitei a proposta e no ano de 1983, cheguei à cidade de Apodi, onde estou até hoje.

Chegando em Apodi, logo me identifiquei com a cidade, mas passei momentos difíceis, porém o meu trabalho prevaleceu. Eu sempre tive em mente que o chamado de Deus e a acolhida de sua casa me faziam bem, porque através dele eu teria a oportunidade de melhorar a situação de muitos pobres e formar grupos de jovens, para que a juventude se aproximasse da casa do Senhor, fazendo-a participar ativamente das atividades da igreja e do cotidiano dolorido de suas comunidades.

A igreja atual se distanciou muito dos ensinamentos de Jesus e isso torna o trabalho do sacerdote um pouco mais difícil, como também faz com que a presença nas missas venha diminuindo consideravelmente. No entanto, ainda podemos contar com pessoas que tentam mudar esse quadro, fazendo como as primeiras comunidades cristãs, tentando resgatar a essência da igreja. fotos Leylacarla.

Um comentário:

NOSSO ESPAÇO disse...

Muito bem vinda a sua presença na despedida da cidade que o Senhor ajudou a construir a cidadania. Digo isso por considerar a minha performance de ser o homem que sou graças aos ensinamentos que recebi quando participava de um grupo de jovens formado na sua orientação. Ensinaste a muitos de nós, a falar, a crescer e ajudar aos que precisasse do ensinamento que nos deu. Felipe Guerra irá sentir saudades do Senhor, mas vai está sempre na lembrança de todos nós a semente plantada na nossa terra. Se não conseguimos mais foi por culpa nossa e não pela ausência de quem sempre quiz ajudar. Não pude participar da missa de despedida, mas talvez pra mim tenha sido melhor não me despedir mais uma vez de quem agente prendeu a gostar. Obrigado Theodoro, por mim e por Felipe Guerra ao reconhecer todo o seu trabalho prestado a este município e por me dar condições de hoje está lhe agradecendo.