quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um dos últimos cangaceiros do bando de Lampião morre em BH

Um dos últimos cangaceiros do bando de Lampião e Maria Bonita, José Antônio Souto, 100 anos, morreu na tarde desta segunda-feira em Belo Horizonte, onde morava com a família. Moreno, como era conhecido no cangaço, entrou para o bando a convite do cangaceiro Virgulino, um dos integrantes do grupo, depois de ser barbeiro, caseiro e três vezes rejeitado pela polícia. O corpo de Moreno foi enterrado na manhã desta terça-feira no cemitério da Saudade, na capital mineira.

Ele vivia em Minas Gerais há 70 anos e segundo familiares veio para o Estado procurar tranqüilidade para viver com a mulher, Jovina Maria da Conceição, conhecida com Durvinha. Em 2008, o cangaceiro contou para o Terra que havia deixado o cangaço após os pais, amigos e um padre pedirem para eles abandonarem a vida cheia de riscos. Além disso, segundo a família, Durvinha tinha medo de ser degolada.

Segundo Nely Maria da Conceição, 60 anos, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de mamãe em 2008 meu pai entrou em depressão e sempre falava assim 'Mãezinha vem em me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvinh' ele estava sofrendo muito" disse...materia completa:  terra

Um comentário:

José Mendes Pereira disse...

Há dois anos, o Brasil ainda via um casal de remanescentes da Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia. Hoje já não mais estão no meio dos estudiosos e pesquisadores, que tanto os paparicaram (no bom sentido), os que com suas maldades, fizeram uma história tão linda que é a Literatura Lampiônica.
Se não fosse a informática, esta história ficaria adormecida nos apontamentos dos muitos escritores e pesquisadores, devido às dificuldades que os estudiosos enfrentariam para transmitir e se expandir ao mundo inteiro.
Sou um leitor da saga de Lampião por um pouco mais de dois anos, e vi que Moreno e Durvalina deveriam ser chamados de “CASAL VINTE”.
Nenhum casal de cangaceiros chegou a viver 70 anos junto, compartilhando as mesmas dores, os mesmos pensamentos de quando andavam nas caatingas do nordeste brasileiro.
Serem ou não serem maldosos, isso é coisa para o supremo tribunal do universo julgá-los. Isso não nos cabe. Somente ele é que tem condições de puni-los ou inocentá-los de uma vez por toda.
É claro que Lampião e Maria Bonita foram os mais admirados pelas nações do mundo inteiro. Mas este casal foi vitorioso por viverem muito. Durvalina 93 anos. E Moreno 100 anos vividos. Que sorte hein! Viveram sob a mira de muitas armas de policiais que os procuravam para por fim as suas vidas. E mesmo assim,alcançaram longos anos de vida, onde milhares, mesmos protegidos e muitas vezes escondidos, não receberão de Deus esta dádiva.
Parabéns, Moreno! Você foi um herói da saga de Lampião. Parabéns, Durvalina! Você foi e será um exemplo de mulher corajosa, por ter acompanhado durante setenta anos uma fera humana. O Moreno.